Em algum ano da década de 70, os alunos da área de Ciências Exatas da Universidade do Amazonas (UA), decidiram ser Campeões dos Jogos Universitários do Amazonas (JUAS). À época eu era o Presidente da Atlética Esportiva.
Os JUAS eram disputados entre os cursos da UA. Pois era a única Universidade existente.
Os Cursos eram divididos em Exatas, Biológicas, Humanas, Letras e Educação Física.
A Diretoria da Atlética resolveu, naquele ano (Ajudem a lembrar por favor!), que derrotariam a Atlética da Educação Física, praticamente imbatível.
Reunimos e estudamos, DETALHADAMENTE o Regulamento. Em especial, a pontuação das provas.
Identificamos que: nas modalidades coletivas era atribuída pontuação até o quinto lugar e nas modalidades individuais, os Atletas classificados até o sétimo lugar pontuavam. Além disso, o Atleta se inscrevia em quantas modalidades quisesse e a inscrição poderia ser realizada na hora, antes do início da prova.
Diante das informações, elaboramos um plano e nos inscrevemos em ABSOLUTAMENTE TUDO! Montamos um grupo especial disponível para o sacrifício.
Outra informação relevante: as Faculdades só inscreviam participantes nas modalidades onde tinham possibilidades de vencer. E isto incluía a de Educação Física.
Este detalhe, foi a CHAVE do sucesso.
Um exemplo: no Tênis de mesa feminino, duas Faculdades inscreveram equipes. Assim sendo, inscrevemos três equipes e, assim foi feito em todas as modalidades.
Na surdina e legalmente, fomos subindo na classificação, sem que os outros cursos observassem este detalhe. Assim aconteceu até o final da competição.
Naquele ano, a última modalidade dos JUAS foi a Natação, que ocorreu no Parque Aquático do Atlético Rio Negro Clube, de onde vinha nosso melhor Atleta: Taner Freire de Verçosa. Convencemos alguns alunos, que se inscreveram.
Mesmo sem técnica eles nadaram as provas. Eu praticava Polo Aquático e meu nado “só dava para o gasto”, como o povo fala.
Eram muitas provas. Assim, a competição parava meia noite e reiniciava às seis da manhã.
EDMAR COSTA com sua voz e talento abriu as portas do mercado ao radialista. Na Rádio Difusora AM, passou a apresentar um programa de meia noite às seis da manhã, para complementar a renda de estudante universitário.
Fez um trabalho tão bom, que criou a maior Agência de Publicidade do Amazonas: a OANA PUBLICIDADE (essa é outra História).
No caso do referido JUAS, o EDMAR trabalhava no intervalo entre as provas de Natação.
Dá para imaginar a condição física deste Atleta, que trabalhava praticamente o dia inteiro?
O CORUJÃO (como Edmar era conhecido), aceitou o desafio e se comprometeu em nadar as provas longas. FOI UMA TARDE NOITE MUITO LONGA!
A última prova da noite eram os dez mil metros e o Edmar não aguentava mais nadar. Estávamos empatados com a Educação Física e os pontos desta prova eram fundamentais para o Título.
Havia apenas dois nadadores na piscina e nenhum dos dois era da Educação Física. Porém, o CORUJÃO aceitou o desafio e foi para o sacrifício.
Na largada ele já ficou dez metros atrás e a distância foi aumentando a cada braçada. Batíamos na borda da piscina para o EDMAR não nadar em círculos em virtude da fadiga.
Os dois Atletas chegaram e durante um longo tempo, o CORUJÃO ficou dentro d’água. Quando finalmente ele bateu na borda e completou a prova, saímos correndo para a torcida comemorando o Título! A euforia foi tamanha que esquecemos o Edmar na piscina. Que “morto” de cansado e desgastado afundava na piscina.
Lembramos dele, voltamos, o resgatamos e o levamos imediatamente para a Rádio Difusora. Contratamos, naquele dia, um operador para acompanhá-lo no Programa.
Diante da estratégia adotada e deste esforço final individual, o Curso de Ciências Exatas da Universidade do Amazonas foi CAMPEÃ dos Jogos Universitários do Amazonas pela primeira vez na História da FAUD!
Obrigado EDMAR COSTA: o CORUJÃO da madrugada, por esta atitude!
Tínhamos a certeza do caráter e capacidade do grande amigo!
Por hoje é só! Semana que vem tem mais! Fuuuiiiiii!
Fotos Divulgação: Internet / Arquivo pessoal