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HISTÓRIAS E LENDAS AMAZÔNICAS: FLOR VITÓRIA RÉGIA

by Gilmar Couto

Paulo Almeida Filho – Servidor Público Federal Aposentado. Mestre Instalado e Grau 32 dos Corpos Filosóficos da Grande Loja Maçônica do Amazonas.

A Vitória Régia é uma planta aquática tipicamente brasileira.

Pode ser encontrada em outros locais do mundo, mas é originalmente nossa, mais especificamente da região amazônica onde é uma planta abundante. Pode ser vista em lagos e rios boiando em sua beleza e esplendor e tem fãs em todo o mundo pela singularidade de seus traços.

Pode ser encontrada naturalmente nas cores: rosa, amarela, roxa e lilás, porém, a mais comum é a flor branca.
A Flor Vitória Régia, remete também a quem busca harmonia e paz interior.

Pessoas que procuram um ambiente tranquilo e querem sair do caos urbano tendem a se sentir muito atraídas pela planta, que possui uma beleza especial. Costumam também ser pessoas determinadas, que não desistem fácil do seu sonho, mesmo com as adversidades do caminho.

Seu período de floração é de março a julho e com algumas curiosidades.

A noite é branca e de dia com a luz do sol, fica rosa.

Quando começa o seu período de floração ela se abre e atrai besouros específicos (da espécie Cyclocefalo casteneaea), os responsáveis por sua polinização e, consequentemente, por espalhar a planta em diversos locais e garantir a sua propagação na natureza.

Entre os índios possui outros apelidos como: Rainha da Águas, Milho D`água, Cará D`água, Irupé, dentre outros.

O batismo da planta foi feito pelo explorador alemão Robert Hermann Schomburgk, que estava numa expedição a serviço da Coroa Britânica. O nome é uma homenagem a Rainha Vitória, inclusive, foram levadas sementes de Vitória Régia para o cultivo no famoso jardim do palácio inglês.

A famosa flor da amazônia guarda uma linda história.

A lenda da Vitória Régia é uma estória brasileira contada entre indígenas e muito difundida em nossa literatura.

Tem origem Tupi Guarani e é conhecida até mesmo em outros países.

Começa com a lenda da Lua ou Jaci, como era chamada (o astro maior, mas para os tribais uma bela deusa de cabelos perfeitos) vir a terra toda as noites beijar os rostos das mais belas virgens das aldeias. Sempre que uma mulher era beijada por Jaci se tornava uma bela estrela.

Havia uma jovem guerreira Naiá, que tinha o sonho de ser beijada por Jaci. Os membros de sua tribo a alertavam que depois do beijo ela se tornaria estrela e não mais teria corpo ou sangue em suas veias.

Mas era o sonho de Naiá. Como a impedir?

Ela queria ser levada pela Lua e para isso todos os dias ficava andando nas matas em busca da deusa. Certa noite Naiá teve seu lindo encontro.

Sentada em frente a um lago observou o reflexo da Lua, a sua deusa tão esperada e sem pensar duas vezes, mergulhou nas águas escuras e morreu afogada. Jaci, uma deusa com piedade, ficou com pena da moça e resolveu dar-lhe um presente especial: transformá-la em uma flor, para que ela realizasse seu sonho de ser uma estrela das águas.

Vitória vem do latim e Régia da mitologia feminina. Juntos eles remetem a uma mulher vitoriosa, guerreira e com enorme força interior, uma mulher com extremas virtudes para jamais desistir dos seus sonhos.

Também é visto na simbologia como uma mulher extremamente atraída por guerras, rituais e ser uma vencedora. São mulheres com grande apreço pela realeza também.

Na simbologia dos nomes também há uma menção a uma pessoa honesta e leal, com grande senso de justiça e com grande força para combater as injustiças.

É alguém muito metódica e direta, gosta de conversas francas e também não esconde os problemas. Costuma conversar com compaixão e mesmo com um senso crítico em alta releva bastante os problemas para buscar uma solução.

São pessoas ótimas para trabalhar e com a sua honestidade não causam problemas em meios corporativos. Também chamam a atenção por seus feitos, não apenas na coragem, como no estilo de executar tarefas, com um enorme senso de liderança.

Dotada de uma beleza peculiar e envolta em mistério, a Vitória Régia é uma planta que faz parte da família das Nymphaeaceae.

Típica da Amazônia, essa planta aquática, pode ser conhecida por muitos nomes populares como forno-de-jacaré, forno-de-jaçanã, entre outros. A planta tem um grande valor para a cultura afro-brasileira sendo que as suas folhas são utilizadas para a realização de rituais.

A parte circular da planta que possui bordas bem delineadas e que flutua sobre as águas é a folha da Vitória Régia que pode ter até 2,5 metros de diâmetros e aguentar a carga de até 40 kg, desde que estejam bem distribuídos.

Devido ao desenvolvimento de técnicas de adubação e uso de hormônios se tornou possível usar essa planta aquática no paisagismo urbano controlando o seu crescimento. O trabalho de polinização é feito pelos besouros Cyclocephala castanea que são atraídos pelo odor expelido pela flor quando ela se abre.

Uma curiosidade a respeito da Vitória Régia é que o suco extraído das suas raízes é utilizado como tintura negra para cabelos pelos índios.

O formato da planta lembra um forno daqueles de fazer farinha de mandioca, fato que incentiva os seus nomes populares com a palavra forno. Como a planta possui um rizoma que pode servir de alimento também é conhecida como cará-d’água’.

A superfície da folha apresenta uma intrincada rede de canais para o escoamento da água, o que também auxilia na sua capacidade de flutuar, até mesmo sob chuvas fortes.

A Vitória Régia depende bastante das inundações do Rio Amazonas para a sua sobrevivência, pois à medida que as águas sobem, crescem também as suas hastes (pecíolos), que ficam longuíssimos, chegando a medir até cinco metros de comprimento.

O nível alto das águas permite à plante viver cerca de dois anos. Caso as águas se mantenham baixas, a planta não consegue sobreviver.

Além de sua destacada beleza e perfume, a raiz da vitória-régia é um tubérculo parecido com a mandioca (inhame), rico em amido e sais minerais e por isso mesmo é consumido frequentemente pelos locais.

Seu cultivo é delicado e seu desenvolvimento só acontece em meio ao calor equatorial, tendo ainda pouca tolerância ao frio.

Suas flores brotam nos meses de janeiro e fevereiro e duram apenas 48 horas, abrindo somente à noite e apresentando cores brancas no primeiro dia e rosadas no segundo dia, com várias camadas de pétalas. Suas pétalas podem ainda atingir até trinta centímetros de diâmetro e, no meio delas, encontra-se um botão circular onde estão localizadas uma grande quantidade de sementes, que irão se depositar no fundo das águas, a cada mês de agosto.

À medida em que recebem a ação dos raios solares, elas se enterram no lodo e endurecem. Tais sementes constituem uma fonte de alimento para os índios e também para as aves da região. Estas últimas, aliás, são responsáveis por espalhar as sementes da Vitória Régia, perpetuando assim sua existência.

Fonte de Pesquisa: loveflores.com, Google, Wikipedia.

Fotos: Internet

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