O começo e o fim para muitos são antagônicos e não apresentam nenhuma correlação.
Algumas civilizações ocidentais milenares, indicam caminhos diferentes para refletirmos esta dicotomia. “Existe uma dualidade em tudo no universo!”
A China nos apresentou um conceito filosófico interessante e reflexivo, o Taoísmo. O Yin e Yang.
O Yin representa a lua, a escuridão, o frio, o principio passivo. O Yang, representa o sol, a luz.
A escuridão e a claridade, tudo em busca do meio termo, do equilíbrio”.
São forças antagônicas sim, mas fundamentais e complementares.
O filósofo Heidegger, apresenta a morte como um modo de ser. “O ser humano, desde que nasce é um ser-para-a-morte”, porque a morte pertence ao contexto da vida!
No Cristianismo: “É morrendo que se vive para a vida eterna”.
A morte é destinada a todo ser vivo, inclusive Cristo a experimentou. Ele morreu, mais está muito vivo há mais de dois mil anos.
Para algumas pessoas ao perderem, seja no esporte, no trabalho etc., parece que a cura demora mais a cicatrizar.
Alguns mergulham tão fundo que sequer conseguem respirar, escancaram seus medos e somem.
Outros, imediatamente após os resultados negativos começam a olhar para o horizonte, passam a analisar onde podem ter errado, não desistem e começam a replanejar, a treinar diferente e planejar seu futuro em busca de novos desafios e possíveis vitórias.
Nos esportes e na vida temos vários exemplos de superação e recomeço.
No mundo olímpico o treinamento é longo, no mínimo 04 anos para um ciclo. Parece pouco para alguns e uma eternidade para muitos.
Exemplifico: o recomeço das atletas Maurren Maggi (salto em altura) e Rebeca Andrade (ginástica).
Maurren, foi acusada de doping e superou todas as desconfianças ao retornar e saltar para a vitória no salto em distância nas olimpíadas de Pequim, conquistando a medalha de Ouro.
Rebeca Andrade, multicampeã, superou três graves lesões e tornou-se a maior ginástica brasileira e se consagra a melhor ginástica em 2022.
A derrota nos pênaltis da nossa seleção canarinho, demonstrou claramente como não aprendemos com a derrota (desde a copa de 2014 no Brasil).
A sociedade brasileira tem enorme dificuldade de olhar para dentro de si e perceber erros.
Não só no futebol, mais no cotidiano, não os cometer deveria ser lição básica.
“Pouco se aprende com a vitória, mas muito com a derrota” (Provérbio Japonês).
Acredito que muitos ainda não aprenderam a diferença entre derrota e fracasso.
Ser derrotado é um resultado completamente normal, natural. Fracasso é uma atitude.
“Pessoas com enormes dificuldades para admitir uma derrota possuem alguns aspectos que precisam ser resolvidos: Tolerância à Frustação, Falsa Autoestima e Sistemas de Valores” (amentemaravilhosa.com.br).
Este último a meu ver é um dos males que estamos vivendo no Brasil, há forte neblina que turva essa inquietação dos brasileiros, além de exagerada importância dada ao sucesso, à vitória.
Por fim, vê-se em geral, pessoas que possuem dificuldades para aceitar derrotas geralmente experimentam um sentimento falso de superioridade.
Por isso, quando as coisas não seguem como o planejado essa narrativa que constroem cai por terra.
A derrota é uma importante maneira de tornar-se mais forte (parece um paradoxo), e possibilita a todos melhor preparo para conquistar aquilo que tanto deseja, de observar as falhas, de empenhar-se ainda mais para poder chegar e dizer: felizmente eu tentei de novo.
A conduta mais equilibrada e inteligente é firmar um acordo de paz com os maus resultados, afinal irão ocorrer e são nossos (Frei Aldo).
“Aliás saber perder é tão importante como saber ganhar!”
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