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DUDU COMENTA: O DIA EM QUE O FUTEBOL PAROU MANAUS

by Redação

Nos meados de 70 e 80, uma equipe tinha a “enciclopédia futebolística” do mundo: o COSMOS de Nova York. Jogada espetacular de marketing, com o objetivo de reconquistar o público estadunidense: contratou dezenas de craques, para promover a modalidade (lá chamada de soccer), para nós o futebol!

O empresário Joaquim Alencar, “caboquinho” corajoso e suas seletas amizades, querendo mexer com o coração e cabeça dos gringos, os convenceu a fazer uma excursão na América Latina, inclusive no Amazonas.

O bravo Joaquim, não apenas conseguiu trazer a equipe de astros, como também, um grande desconto. O cosmos recebeu: 50 mil dólares, um MONTE de dinheiro para um amistoso. Mais passagens, hospedagem, traslado, passeios e refeições.

Para destacar: trinta pessoas, uma em cada apartamento do Tropical Hotel. UFA!

Domingo de sol e uma multidão, dentro e fora do Vivaldão. Os números oficias informaram: 65 mil ingressos vendidos; 10 mil convidados, incluindo o Governador de São Paulo, José Maria Marin; toda a Polícia Militar, uns 4 mil membros; fora o que se descobriu depois: o falsário Manuel Braz (famoso à época), vendeu 25 mil ingressos, falsificados é claro!

Somando tudo, mais de 100 mil pessoas, assistiram ao jogo: FAST X COSMOS. Segundo meu amigo Lúcio Bezerra, só quem assistiu sentado àquele jogo, foram os reservas.

Tinha tanta gente, que até as marquises serviram de lugar aos torcedores. Ao ponto de uma delas quebrar, provocando um acidente com umas vinte pessoas.

Em campo, Atletas do mundo: Beckenbauer (o Kaiser – Alemanha), Romerito (ídolo do Fluminense – Paraguai), Chinaglia (Itália), Carlos Alberto Torres (capitão da Seleção do Brasil), Oscar e Clodoaldo (ambos da nossa Seleção), jogaram no FAST, os Atletas da terra: Zé Luiz , Tauíres e Fabinho, além de outros craques.

O jogo começou e foi se arrastando (devagar quase parando), o COSMOS não ia e o FAST não vinha. Até que, Odilon Mendonça, árbitro amazonense, marca um impedimento de Romerito e Chinaglia reclama em italiano. Carlos Alberto Torres (o Capita), traduz para o português, com veemência e ganha AMARELO.

O Capita resolve falar em português “CASTO” e pergunta se o árbitro conhece o pai dele ou estava em dúvida com tantos concorrentes? Ganhou como resposta: VERMELHO.

O Capita muda o discurso, ofende e é contido na tentativa de agressão ao árbitro. Ao sair do campo, “ELOGIA” o auxiliar Jander Manuel Cabral dos Anjos, que responde com elegância: – Não falo com jogador marginal! O suficiente para receber chutes e murros do Capita!

O jogo ficou parado no primeiro tempo, por 40 minutos. Acreditem: esta foi a única emoção do jogo, que acabou em zero a zero.

O competente Joaquim Alencar, conseguiu, de graça, que Beckenbauer fosse garoto propaganda, de uma peça publicitária em frente ao Teatro Amazonas, onde convidava as pessoas a virem ao Amazonas. E o craque holandês Neeskens fez o mesmo, no encontro das águas.

Ou seja, o “caboquinho” corajoso, despertou no Amazonas, o marketing esportivo.

Este foi o maior público que o Vivaldão recebeu em sua História de 50 anos. Aliás, um documento oficial da Warner Brother, ressalta que este foi o maior público até hoje, de um jogo entre times de um continente.

Duvidas? Vai perguntar deles!

Por hoje é só! Semana que vem tem mais! Fuuuiiiiii!

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