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HISTÓRIAS E LENDAS AMAZÔNICAS – AS ICAMIABAS: AS ÍNDIAS GUERREIRAS

by Gilmar Couto

Paulo Almeida Filho é Servidor Público Federal Aposentado. Mestre Instalado e Grau 32 dos Corpos Filosóficos da Grande Loja Maçônica do Amazonas.

Uma tribo de mulheres guerreiras, compunha uma sociedade matriarcal, caracterizada por mulheres guerreiras sem homens.

As ICAMIABAS foram vistas pela esquadra do conquistador espanhol FRANCISCO ORELLANA, em 1542, quando os espanhóis passavam pelo “Espelho da Lua”, região da atual cidade de NHAMUNDÁ, no Amazonas, quando este desceu o Rio, vindo dos Andes, em busca de ouro.

Os relatos de Francisco Orellana, afirmam que a tropa fora advertida da existência dessas índias, antes mesmo de entrar em contato com elas.

A denominação Amazonas, surgiu então, quando em 1542, o Frei GASPAR DE CARVAJAL, escrivão da frota espanhola de Francisco Orellana, ao penetrar em um enorme rio brasileiro, que ele chamou de ‘‘MAR DULCE’’, encontrou as mulheres guerreiras, tendo sido por elas atacado.

O ataque foi tão violento que o frade escriba, confundiu-se com o mito GREGO das Amazonas. Segundo o relato do mesmo, elas eram jovens, belicosas e andavam completamente nuas, portando arco e a flecha.

E foi assim então, que o grande rio foi batizado de o “rio das Amazonas”, durante o combate em que sofreram os espanhóis que ousaram pisar em suas terras.

Francisco Orellana, as descreveu como mulheres altas que andavam nuas e portavam apenas o arco e flecha, habitavam casas de pedra e tinham metais preciosos. Em confronto com as mesmas, os espanhóis, foram derrotados neste conflito.

Por conta de Francisco Orellana, este Rio passou a chamar-se de RIO AMAZONAS e com a Divisão do Grão-Pará, a parte ocidental recebeu o nome de Amazonas em 1850.

O nome Amazonas, que batiza o maior Estado do Brasil e um dos maiores rios do mundo, tem sua origem em uma lenda grega, que veio parar em terras brasileiras.

Estima-se que havia cerca de 70 tribos onde viviam somente mulheres, “as sem marido”, ou “mulheres sem homem”, que caçavam, pescavam, faziam cerâmicas, redes, tecidos, enfeites de penas e fabricavam armas.

Eram comunidades que viviam na região que se estende entre os Rios Xingu e Juruá. De acordo com a lenda, as índias se escondiam no coração da floresta e eram exímias guerreiras que faziam os homens das tribos vizinhas tremerem de medo.

Vez ou outra, elas raptavam os homens afim de procriar. Se concebessem uma menina, esta seria acolhida na tribo e treinada para ser uma excelente guerreira. Porém, se nascesse menino, seria esperado o tempo do aleitamento e no ano seguinte, na festa do ritual das pedras verdes, este era devolvido à tribo do pai.

Segundo consta, os homens escolhidos para fertilizar as ICAMIABAS pertenciam às tribos dos Guacaris, que era a tribo mais próxima. Depois elas os presenteavam com um talismã chamado Muiraquitã, feito de alguma pedra esverdeada, como a jade ou ainda do barro que era retirado do fundo do lago chamado Jacy Uaruá (“espelho da lua”).

O ritual das pedras verdes acontecia uma vez por ano, na festa dedicada à lua. Elas mergulhavam no lago e traziam às mãos um barro verde, ao qual davam formas variadas de: rã (símbolo da fertilidade), tartaruga e outros animais.

O barro era retirado ainda mole do fundo da água, e então, era moldado por elas. Ao entrar em contato com o ar, o barro endurecia e os objetos eram usados em colares como poderosos amuletos pelos homens presenteados por elas.

Por essa razão, as tribos das ICAMIABAS eram conhecidas como o “Reino das Pedras Verdes”. Algumas fontes dizem que os Muiraquitãs, fabricados de barro ou pedra, apresentam-se sob cores variadas, podendo ser amarelo, preto, cinza ou vermelho e não apenas verde como é mais conhecido.

Terminado este ritual da fertilidade, elas se retiravam para sua moradia em um lugar sagrado, onde prestavam culto feminino à deusa Mãe Terra e à Lua.

Até hoje, o muiraquitã é considerado um objeto sagrado, um talismã de boa sorte.

Homenagem do Boi Bumbá Garantido às “ICAMIABAS”

Yaci Uaruá Hei hei

Yaci Taperê Hei hei

Yaci Uaruá Yaci Taperê (bis)

Vou mergulhar no reino das Icamiabas

Enfrentar as águas e singrar os rios

(Eu vou, eu vou)

Vou mergulhar no reino das Icamiabas

Enfrentar as águas e singrar os rios

(Eu vou, eu vou)

Vou perguntar pra Orellana

Sobre as mulheres guerreiras

Que Colori comandava às margens do Nhamundá

Mãe da mata, a senhora da selva que a tudo assistiu

Me conta o segredo perdido na curva do rio

Mãe da mata, a senhora da selva que a tudo assistiu

Me conta o segredo perdido na curva do rio

Amazonas, guerreira herdeira do muiraquitã

Nação valente que um dia de sangue esta terra manchou

São histórias da mata, Carvajal me contou

É a saga da raça, é a lenda mais viva que o tempo guardou

São histórias da mata, Carvajal me contou

É a saga da raça, é a lenda mais viva que o tempo guardou

Yaci Uaruá Hei hei

Yaci Taperê Hei hei

Yaci Uaruá Yaci Taperê (bis)

“Amazonas, esse Rio é minha vida” – Letra de Tony Medeiros e Inaldo Medeiros.

Fonte: Google e YouTube

Foto: Fantasia das Amazonas de Roland Stevenson: Capa da Lista Telefônica do Amazonas de 1989

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