Paulo Almeida Filho – Servidor Público Federal Aposentado. Mestre Instalado e Grau 32 dos Corpos Filosóficos da Grande Loja Maçônica do Amazonas.
Mais uma lenda do folclore brasileiro. Fala de um ser mítico que protegia a floresta contra caçadores e contra aqueles que derrubavam as árvores.
Esta lenda tem origem nos povos indígenas, sendo muito famosa no Norte do Brasil, sobretudo no Amazonas e Pará. É bastante antiga, havendo menção a ela no século XVI.
O Curupira é retratado, frequentemente, como um anão que possui os cabelos vermelhos e os pés ao contrário (com os calcanhares para frente).
É importante reforçar que a descrição física do Curupira pode variar de acordo com o local em que a lenda é reproduzida.
Em certos locais, o Curupira é careca, em outros, tem o corpo cabeludo e dentes verdes.
De toda forma, as características que se sobressaem são: baixa estatura, cabelos vermelhos e pés ao contrário. Além disso, destaca-se sua grande força física.
Seus pés virados ajudam, segundo a lenda, a enganar os inimigos, uma vez que seus passos ficam na posição trocada, dando a falsa impressão de que estão chegando perto dele, quando, na realidade, acontece o contrário.
O Curupira como protetor da floresta voltava-se contra todos aqueles que a destruíam e, por isso, era visto com grande temor pelos indígenas.
Os indígenas acreditavam que o Curupira aterrorizava e matava aqueles que entravam na floresta para caçar ou derrubar árvores.
O pavor era tão grande que os indígenas ofereciam presentes quando entravam na floresta, para impedir que fossem vitimados pelo Curupira.
Além de aniquilar os destruidores da floresta, o Curupira possui a capacidade de ressuscitar os animais mortos pelo homem.
A lenda fala que o Curupira adorava receber fumo e cachaça como presentes.
Além de aterrorizar os caçadores, o Curupira também era responsável por fazê-los se perder na floresta e esquecer o caminho pelo qual sairiam dela.
Uma forma de atormentar os caçadores era o ato de o Curupira assoviar continuadamente para atormentar os caçadores.
Para fugir dele, caso ele te encontre no meio da floresta é necessário realizar um nó em um pedaço de cipó.
Agora, achar por conta própria o Curupira na floresta é quase impossível, pois seus pés ao contrário tornam sua localização improvável.
O Curupira é um habitante das florestas, então, para encontrá-lo é necessário adentrar na mata densa. Sendo assim, ele evita estar nos locais com presença humana e só vai atrás de humanos quando estes entram na floresta para caçar ou derrubar árvores.
Curupira é oriundo do tupi e existe divergência entre os especialistas a respeito do seu significado. A definição mais conhecida é a que determina que Curupira significa: “CORPO DE MENINO”.
Não se sabe exatamente quando surgiu, mas se sabe que é uma das mais antigas lendas brasileiras, porque foi uma das primeiras a serem mencionadas pelos portugueses que se estabeleceram no Brasil.
Em 1560, o Padre Jesuíta José de Anchieta, estabelecido em São Vicente (atual litoral do Estado de São Paulo), fez uma menção ao Curupira. Essa menção constava em uma carta escrita por ele, que foi reproduzida pelo historiador Luís da Câmara Cascudo.
Além disso, os estudiosos falam que, à medida que o mito foi se espalhando, o Curupira foi ficando conhecido por outros nomes, como: Caapora.
A Caapora é mais conhecida como Caipora e é muito relacionada com o Curupira e também com o Saci-Pererê, por causa da quantidade de semelhanças existentes entre essas lendas.
Existem estudiosos que apontam que o mito do Curupira surgiu entre os “NAUAS”, povo indígena que habitava a região do Acre.
O mito foi sendo transmitido para outros povos, como os Caraíbas e, por fim, os Tupi-Guarani.
Pode ter relação com seres míticos de outras culturas, como o “Chudiachaque”, presente na cultura Inca.
Os estudiosos costumam também relacionar o Curupira com uma lenda que é conhecida no Paraguai e na Argentina. Essa lenda Argentina e Paraguaia é sobre o protetor das florestas e dos animais, porém, um ser com grande apelo sexual.
Entretanto, vale salientar que figuras importantes em nossa história: ativistas, biólogos, engenheiros, professores e outros profissionais, lutam diariamente contra a destruição das florestas, sendo esses os verdadeiros “Protetores das Florestas”.
São constantemente ameaçados, chegam a ser mortos por se posicionarem contra assuntos de grande interesse econômico, como é o caso dos madeireiros.
Essa luta, no entanto, não pode acabar! Por este motivo, a presença do Curupira no imaginário da população continuará a ser reforçado a cada devastação ambiental.
O propósito é preservar as florestas, que são importantes para o equilíbrio dos ecossistemas e o interesse econômico não deve estar acima do interesse do planeta.
Fonte e imagem: Historiadores: Daniel Neves Silva, Vanessa dos Santos, Daniela Diana, Brasil Escola, GOOGLE, WIKIPÉDIA.
