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HISTÓRIAS E LENDAS AMAZÔNICAS: LENDA DO AÇAÍ

by Gilmar Couto

Paulo Almeida Filho – Servidor Público Federal Aposentado.

Seu nome vem do Tupi “fruta que chora”. Pessoas com pouca imaginação dizem que é por causa do suco que a fruta produz, mas a lenda diz que é porque, muito antes de o açaí aparecer, a fruta nasceu em lágrimas.

A polpa de açaí é famosa pelas propriedades “energizantes e rejuvenescedoras”, mas sobretudo pelo sabor delicioso. O Brasil é responsável por 85% da produção mundial de açaí, mais de 1,25 milhão de toneladas por ano – o suficiente para encher 500 piscinas olímpicas.

A fruta se tornou um novo símbolo nacional, desde suas origens Amazônicas até as praias do Rio de Janeiro.

Segundo a lenda, antes dos navios portugueses chegarem ao Brasil, um numeroso grupo Tupi vivia na região onde hoje fica a cidade de Belém, no Estado do Pará. Conforme a população aumentava, havia cada vez menos comida à disposição.

Ao ver seu povo passar fome, Itaki, o Chefe do grupo, ordenou que toda criança recém-nascida fosse sacrificada, para manter a população sob controle até encontrar uma fonte mais abundante de comida. Ele não abriu qualquer exceção a essa ordem, mesmo quando sua filha Iaçã ficou grávida e deu à luz uma menina.

A jovem mãe chorou por dias após perder a filha e rezou para que o deus Tupã mostrasse outro caminho para salvar o grupo da fome e do sofrimento. Ela passou dias sem sair da oca, sofrendo e chorando sem parar.

Certa noite, Iaçã ouviu o choro de uma criança, ao entrar no mato, viu sua filha sentada ao pé de uma palmeira. Ela estendeu os braços e correu em direção à criança, mas o bebê, instantaneamente, desapareceu no abraço.

Assim, Iaçã elevou seus pensamentos a Tupã e pediu a ele, que fizesse com que seu pai encontrasse outra maneira de resolver a questão da provisão de alimentos, sem que fosse necessário o sacrifício das crianças.

Inconsolável, Iaçã caiu sobre a palmeira chorando de coração partido. Iaçã sofreu demais com a morte da filhinha e mais uma vez inconsolável, chorou tanto durante a noite até perder as forças e falecer.

O corpo da filha de Itaki foi encontrado na manhã seguinte, abraçado à palmeira. Iaçã estava com um semblante sereno e parecia sorrir levemente.

Tupã, sensibilizado com a dor da índia, ajudou Itaki a encontrar a solução para o problema da tribo.

Quando encontrada, os olhos negros de Iaçã estavam voltados para o topo da árvore, onde foram vistos frutos pequenos e escuros: o AÇAÍ. O cacique mandou que os frutos fossem colhidos e se fizesse um suco, que ficou com aspecto avermelhado e bastante espesso, que alimentou a tribo, findando a escassez de alimentos.

Itaki percebeu que foi uma benção de Tupã e batizou a fruta em homenagem a sua filha (só que com as letras ao contrário): IAÇÃ virou AÇAÍ e revogou a ordem de sacrificar os bebês. Nunca mais houve fome na tribo.

Apesar de separadas por centenas de anos e quilômetros: Iaçã da Amazônia e Vanessa do Rio de Janeiro, personificam o motivo pelo qual o mundo se apaixonou pelo açaí:  rejuvenescimento.

Cheio de vitaminas, proteínas, fibras, aminoácidos, gorduras saudáveis e com 30 vezes mais antioxidantes que o vinho tinto é atribuído ao açaí o poder de aumentar a energia, fortalecer o sistema imunológico, ajudar o crescimento dos músculos e combater os efeitos da idade. É muito popular no Brasil entre ricos e pobres.

“Sem dúvidas, o açaí é um alimento que podemos descrever como democrático, no sentido de que sempre está na mesa e certamente na alimentação dos povos tradicionais, dos colonizadores, do rico, do pobre, do civil, do militar, religioso ou não, alfabetizado ou não”, diz Leila Mourão Miranda, professora da Universidade do Pará, que escreveu uma tese sobre o açaí.

No Rio de Janeiro, casas de suco vendem o açaí com outras frutas e uma gama de opções de doces. Poucos fãs de fora do Brasil sabem que a tigela de açaí é tão tradicional, quanto a pizza de abacaxi e presunto é na Itália.

No Pará, maior produtor da fruta, o açaí é matéria-prima da cozinha e ingerido como acompanhamento de peixe frito ou camarão, sendo que, os locais o derramam como um molho ou mergulham o peixe no açaí.

Os paraenses também comem açaí como um lanche mais natural, com só um pouco de açúcar para adoçar e sem cobertura, exceto farinha de tapioca ou de mandioca. Para eles, acrescentar frutas, granola ou qualquer outro item significa desvirtuar o verdadeiro gosto do açaí.

Em um boteco chamado ‘’Tacacá do Norte’’ no bairro do Flamengo, no Rio é um dos lugares onde você pode comprar o açaí no estilo paraense. É considerado o melhor da cidade entre os entendidos.

Nos anos 1990, surfistas e Atletas no Rio, ouviram falar pela primeira vez, dos benefícios do açaí para a saúde e adicionaram xarope de guaraná (com altos níveis de cafeína), para ajudar a preservar o sabor do suco do açaí e sua polpa após o congelamento. Isso o tornou um lanche energizante e assim começou a febre do açaí.

Tanto no Rio, com a versão de sorvete cheia de guaraná ou com o estilo “menos é mais” tradicional do Pará, os brasileiros têm muitas opções quando se trata de açaí.

No Amazonas, existem vários Municípios que produzem o açaí. Entre os principais estão Codajás, Anamã e Anori, todos situados a margem esquerda do Rio Solimões.

Fonte: Google, Wikipédia

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