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HISTÓRIAS E LENDAS AMAZÔNICAS – MAPINGUARI

by Gilmar Couto

Paulo Almeida Filho – Servidor Público Federal Aposentado. Mestre Instalado e Grau 32 dos Corpos Filosóficos da Grande Loja Maçônica do Amazonas.

Existem várias versões sobre a origem do MAPINGUARI (ou Mapinguary), uma Lenda derivada dos índios da Região Amazônica. A história pode ter surgido de tribos indígenas que vivem na floresta Amazônica, onde acreditam que determinados índios ao atingirem idade avançada, se transformam em um monstro e passam a viver isoladamente na mata.

O Mapinguari é também designado ISNASHI, descrita como sendo coberta de um longo pelo vermelho, que vive na floresta Amazônica do Brasil e da Bolívia.

A história conta, que ao descobrir os segredos ocultos da imortalidade, um pajé transformou-se em uma besta fétida. Passando a ser o terror dos seringueiros e o predador dos caçadores.

Os cientistas não reconhecem a criatura. Uma hipótese que explicaria a existência do Mapinguari, sugerida pelo paleontólogo Argentino Florentino Ameghino, no fim do século XIX, seria o fato da sobrevivência de algumas preguiças gigantes, no interior da floresta Amazônica.

Entre muitos, o ornitólogo David Oren chegou a empreender expedições em busca de provas da existência real da criatura. Não obteve nenhum resultado conclusivo.

Os pelos recolhidos mostraram ser de cutia; as amostras de fezes eram de tamanduá e; os moldes de pegadas não serviriam muito, já que, como declarou: “poderiam ser facilmente forjadas”.

O Mapinguari seria semelhante ao Pé Grande, com as seguintes características físicas: estatura alta (cerca de 2 metros); corpo coberto de pelos vermelhos; apenas um olho grande no centro da cabeça; na área da barriga uma boca grande com dentes afiados; braços longos e; garras grandes nas mãos.

Muitos caboclos contam que ele vive dentro da floresta: um gigante peludo, com um olho na testa e a boca no umbigo. Outros dizem, que ele é coberto de pelos, porém usa uma armadura feita do casco da tartaruga. Outros ainda afirmam que sua pele é igual ao couro de jacaré e há também quem diga que seus pés têm o formato de uma mão de pilão.

A criatura emitiria gritos semelhantes ao grito dado pelos caçadores. Se alguém responder, ele vai ao encontro do desavisado, que acaba perdendo a vida.

A criatura é selvagem e não teme os caçadores, porque seria capaz de dilatar o aço ao soprar no cano da espingarda.

Os ribeirinhos amazônicos contam muitas histórias de grandes combates entre o “monstro” e valentes caçadores. O Mapinguari sempre leva vantagem e os caçadores que conseguem sobreviver, muitas vezes ficam aleijados ou com terríveis marcas no corpo para o resto de suas vidas.

Há quem diga que o Mapinguari só anda pelas florestas de dia, guardando a noite para dormir. Quando anda pela mata, vai gritando, quebrando galhos, derrubando árvores e deixando um rastro de destruição. Outros contam que ele só aparece nos dias santos ou feriados e que só foge quando vê um bicho-preguiça.

Dizem também, que ele era rei de uma tribo e um guerreiro muito forte que durante uma batalha, morreu. Mas como era tão valente, a mãe natureza o fez renascer, para se tornar o guardião da floresta.

Ele então, começa a impedir os caçadores e madeireiros na floresta, os afugentando com seu urro. Depois, ele avisa à Mãe Natureza para que ela repare a floresta.

Apesar de sua quase invulnerabilidade, existe uma forma de penetrar o corpo do Mapinguari e detê-lo: atingindo seu umbigo.

Os Karitiana, povo de língua Arikém (Tupí), que habita o Estado de Rondônia, também discorrem sobre o Mapinguari, termo com o qual eles nomeiam, em português, o monstro que, na sua língua, chamam OWOJO ou KIDA HARARA, relatando terríveis encontros com a criatura nas matas regionais.

Nesse sentido, se o Mapinguari vem sendo tratado pela literatura como exemplo de crença ou de folclore, para os Karitiana não parece haver dúvidas sobre sua existência. Ou seja, não se trata de uma crença, mas, de uma realidade do mundo deles.

O que pode ser apreendido facilmente nos efeitos que a presença do “bicho” KIDA, têm no cotidiano indígena, incluem as formas pelas quais este grupo indígena ocupa e explora seu território.

Soma-se a esta controvérsia, a sugestão por parte de alguns pesquisadores, que o Mapinguari pode ser o que restou das preguiças gigantes, animais considerados extintos, mas que alguns julgam ainda habitar certos recônditos amazônicos.

MAPINGUARI (Autores: Tony Medeiros, Inaldo Medeiros e Edval Machado – BOI GARANTIDO / 1993)

Surgiu das cavernas um monstro maldito
Um bicho enviado por Jurupari
Guerreiros armados pintados pra guerra
Declaram combate ao Mapinguari

Surgiu das cavernas um monstro maldito
Um bicho enviado por Jurupari
Guerreiros armados pintados pra guerra
Declaram combate ao Mapinguari

E as tribos acendem a grande fogueira
Crendices e rezas conclamam o pajé
E o espírito mal é expulso da terra
Ao som dos tambores e do matumbé
E o monstro estranho termina afogado
Nas trevas do lago mal-assombrado

Um raio de luz caiu sobre a terra
Aviso do Deus do trovão
Estrondo terrível que abala a floresta
Prenúncio de destruição

Houve festa ao luar, çairé pra dançar
Houve festa ao luar, çairé pra dançar

E a paz na floresta voltou a reinar
E a paz na floresta voltou a reinar

Houve festa ao luar, çairé pra dançar
Houve festa ao luar, çairé pra dançar

Música: pode ser ouvida no YouTube

Fonte: YouTube e Google

Foto Divulgação: www.davisales.com / Instagram: @davisalesb

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