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HISTÓRIAS E LENDAS AMAZÔNICAS – PEIXES NOBRES DO AMAZONAS

by Gilmar Couto

Paulo Almeida Filho – Servidor Público Federal Aposentado. Mestre Instalado e Grau 32 dos Corpos Filosóficos da Grande Loja Maçônica do Amazonas.

A região norte do Brasil se destaca também pela culinária, composta por peixes de água doce e salgada. Existem vários peixes na região e descreveremos alguns Peixes Nobres do Amazonas.

Originários de águas doce. Saudáveis e, nutricionalmente, mais ricos que a carne vermelha, os peixes oferecem inúmeros benefícios à alimentação.

Seu consumo é recomendado por nutricionistas, ao menos duas vezes por semana. Ricos em aminoácidos essenciais, ômega 3 e 6, minerais, vitaminas do Complexo B, fósforo e ácidos graxos, elementos fundamentais para o bom funcionamento do corpo humano.

A carne de peixe estimula o sistema imunológico e ainda tem ação anti-inflamatória. Além disso, as proteínas dos peixes favorecem o processo de digestão e são absorvidas com mais facilidade, que a proteína de outros tipos de carnes.

No Brasil estima-se que existam milhares de espécies de peixes, sendo: 350 na Mata Atlântica; 50 nos Pampas; 325 no Pantanal; 239 na Caatinga; 1,2 mil no Cerrado e; 3 mil na Amazônia.

P I R A R U C U (Arapaima gigas) – Um dos maiores peixes de água doce do planeta. Nativo da Amazônia, promove benefícios para o ecossistema e as comunidades que vivem da sua pesca.

Seu nome vem de dois termos indígenas pira: peixe e urucum: vermelho, devido a cor de sua cauda.

De grandes dimensões, quando adulto varia de dois a três metros e peso estimado entre 100 a 200 kg.

Possui dois aparelhos respiratórios, as brânquias (para a respiração aquática), e a bexiga natatória modificada (funciona como pulmão na respiração aérea). A espécie vive em lagos e rios afluentes de águas claras, com temperaturas que variam de 24°. a 37°. C.

O Pirarucu não é encontrado em lugares com fortes correntezas ou em águas com sedimentos.

Onívoro (se alimenta de animais e vegetais), se alimenta de frutas, vermes, insetos, moluscos, crustáceos, peixes, anfíbios, répteis e até mesmo aves aquáticas.

O Pirarucu, considerado o bacalhau da Amazônia e é uma das espécies de maior valor nutricional.

Alimento imprescindível na culinária manauara. Sua carne possui sabor forte, exótico e delicioso, textura suave e quase não possui espinhas e é muito consumido até mesmo com açaí na Região Norte do Brasil.

T A M B A Q U I (Colossoma macropomum) – Na culinária amazonense é um dos peixes de água doce mais consumido e apreciado pelos manauaras, devido ao sabor e a textura de sua carne.

A espécie está entre os peixes com maior valor nutricional da Amazônia. O lombo do Tambaqui é rico em proteína e possui uma gordura responsável pela boa formação hormonal.

É o segundo maior peixe de escamas do Rio Amazonas, na região formada pelo regime do rio Solimões e pelo derretimento das geleiras dos Andes.

T U C U N A R É – Peixe voraz e carnívoro, que ocupa os níveis superiores das cadeias alimentares dos rios. Alimenta-se de peixes adultos, filhotes, pitus e, provavelmente, de insetos e aranhas que caiam na água.

São caçadores ativos que perseguem a presa e após iniciar o ataque, não desistem até conseguir capturá-las. Encontrado em maior quantidade na bacia amazônica, porém, está espalhado pelo território nacional.

Pertencente à família Cichlidae, que é considerada a espécie de peixe mais numerosa de água doce do meio ambiente. Considerado de médio porte, seu tamanho varia entre 30 centímetros a 1 metro.

Tem comportamentos diurnos. Tucunaré, do Tupi: tucun: árvore e aré: amigo, ou seja, semelhante ao tucum.

J A R A Q U I – Um dos peixes de cardume de grande porte mais comum da região Amazônica, sendo descrita mais de uma dezena de espécies do gênero. Sua carne é bastante apreciada pela população local, principalmente, por seu preço.

Ao lado de seus congêneres Semaprochilodus, recebe o nome de Jaraqui no Brasil. Da família dos Caracídeos, possui ótimo sabor e com a farinha de mandioca é alimentação básica da população de baixa renda.

A C A R I B O D Ó (Liposarcus pardalis) – Conhecido popularmente como Acari Bodó ou Bodó é o “patinho feio” na preferência de consumidores e pescadores.

Muitas pessoas não gostam dele, em virtude do seu aspecto esquisito e feio. Além disso, ele se alimenta de tudo o que aparece.

Dou o maior valor. Seu sabor é inigualável e seu nome está ligado a alguns fatos interessantes.

Na minha infância, sempre estava presente a nossa mesa. Assado na brasa ou em forma de caldeirada (cozido e servido com tucupi e bastante verduras) era sempre acompanhado com farinha de piracuí.

Não tem escamas e sim uma carapaça. Você comete uma gafe se pedir ao peixeiro um Bodó “ticado”.

Somente pode ser preparado quando ainda vivo e mesmo após o corte do rabo e parte do corpo, continua se mexendo! Um Bodó morto exala um fedor insuportável.

Dizem os especialistas que se forem tiradas as vísceras e conservado em gelo na temperatura de 20 graus, pode ser comercializado até em doze dias.

M A T R I N C H Ã – Peixe de escamas, corpo alongado, um pouco alto e comprimido. A coloração é prateada, com nadadeiras alaranjadas, nadadeira caudal escura e uma mancha arredondada escura na região umeral.

Os dentes são multicuspidados, dispostos em várias fileiras na maxila superior. Pode alcançar 80 cm de comprimento e 5 quilos.

Espécie onívora alimenta-se de frutos, sementes, flores, insetos e, ocasionalmente, pequenos peixes.

Realiza migrações reprodutivas e tróficas e nos rios de água clara é comum ver cardumes de Matrinchãs, se alimentando debaixo das árvores, ao longo das margens. Costumam nadar em pequenos e grandes cardumes, especialmente na estação reprodutiva

C U R I M A T Ã – Tem o corpo prateado, achatado, mas não fino e com escamas grandes, robustos, prolíficos e longevos (chegam a viver 10 anos). Comuns nos açudes, barragens, pesqueiros e rios.

A boca tem forma de ventosa, com lábios carnosos, que guardam dentes atrofiados em fileiras. Ou seja, aparelho apropriado para raspar e chupar barro no leito dos rios.

Assim como outros prochilodontídios, o Curimatã realiza migrações com fins reprodutivos e essa atividade está sincronizada com o aumento do nível das águas na época das enchentes. As fêmeas liberam ovócitos e os machos esperma em grandes quantidades, os óvulos são fecundados e em seguida eclodirão as larvas, essas serão levadas pela correnteza até as planícies alagadas onde encontram-se grandes quantidades de algas e invertebrados aquáticos que servem de alimentos para eles.

P A C U – É o nome dado a várias espécies de peixes caracídeos da família myleinae. Alimenta-se de frutos, caranguejos e detritos orgânicos encontrados na água.

É um peixe de escamas pequenas e numerosas. Sua coloração é cinza-escura no dorso e amarelo-dourada no ventre, podendo variar devido ao ambiente.

Com corpo comprimido, alto e em forma de disco, apresenta quilha ventral com espinhos, cujo número pode variar de 6 a 70 e dentes molariformes. Possui carne muito saborosa e por isso muito pescado.

É uma espécie que vem sendo muito utilizada na piscicultura e pode alcançar mais de 70 cm de comprimento.

No Amazonas existem mais nobres peixes, como: SARDINHA, PINTADO, DOURADO, SURUBIM, MAPARÁ, MANDIN, FILHOTE e outros. Caso possível, descreveremos em outro artigo.

Para finalizar, estes peixes podem ser feitos e servidos de variadas formas: Brasa; Caldeirada; Forno; Escabeche; Folha de Bananeira; dentre outras formas que nosso povo “inventa”.

O mais importante é que, independente da forma de fazer ou servir, estes peixes são deliciosos e nutritivos.

Bom apetite a todos!  

Fonte:  Google

Fotos Divulgação: Internet

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