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HISTÓRIAS E LENDAS AMAZÔNICAS: RIO MADEIRA

by Gilmar Couto

Paulo Almeida Filho – Servidor Público Federal Aposentado. Mestre Instalado e Grau 32 dos Corpos Filosóficos da Grande Loja Maçônica do Amazonas.

O Rio Madeira é um rio que banha no Brasil, os Estados de Rondônia e Amazonas.

É um dos afluentes principais do rio Amazonas. Tem aproximadamente de 3315 km, sendo o 17º. maior do mundo em extensão.

O Rio Madeira nasce com o nome de rio Beni na Cordilheira dos Andes na Bolívia. Ele desce das cordilheiras em direção ao norte recebendo então o rio Mamoré-Guaporé e tornando-se o rio Madeira, um rio de planície que traça a divisória entre Brasil e Bolívia, até o encontro deste rio com o rio Abunã.

Recebe este nome, pois no período de chuvas seu nível sobe e inunda grandes porções da planície florestal, trazendo troncos e restos de madeira da floresta, época em que são negociadas pelos madeireiros e transportadas às custas do rio.

A partir daí, o rio segue em direção ao nordeste atravessando dezenas de corredeiras (provisórias) até chegar a Porto Velho, onde se iniciará a Hidrovia do Madeira.

Entre a estação chuvosa e a seca o rio varia bastante de profundidade.  Na estação seca, as águas do rio, que fluem em direção ao rio Amazonas, formam praias (de água doce), ao longo de suas margens. Neste período, no seu leito pode ser avistada a grande quantidade de pedras que ajudam a formar as corredeiras periódicas.

Coincidente ou não com a estação chuvosa (dezembro a maio), ao mesmo tempo em que o rio enche com as águas das chuvas, em sentido contrário ao delta é invadido pelas águas do Amazonas e sobe cerca de 17m, alagando todas as cachoeiras em seu leito até formar um espelho de água que tanto invade florestas como cobre as praias e toda a planície amazônica.

Nesse momento, o rio Madeira deixa de ser um simples tributário do Rio Amazonas e se torna um canal de navegação dependente da “maré” desta confluência. Esse imenso remanso é responsável pela transferência de material sólido depositado junto as raízes da vegetação vindo a formar as grandes dunas.

Durante as décadas de 1980 e 1990, a empresa brasileira PLANEL criou projeto de aproveitamento de potenciais do rio Madeira cuja concepção global era fusão hidrovia-hidrelétrica, no lado brasileiro de Porto Velho até Abunã (divisa Brasil e Bolívia) e no lado boliviano de Abunã a Esperanza, com três usinas hidrelétricas, duas no Brasil (na Cachoeira Santo Antônio e no Salto Jirau) e uma na Bolívia (na Cachuela Esperanza). Geradoras de mais de 7000 MW (no Brasil) e 1000 MW (na Bolívia), de energia elétrica para as regiões Centro Oeste e Sudeste do Brasil a partir de Porto Velho, conhecido como Projeto Madeira.

Em 1996, o Projeto Madeira foi aprovado pela DNAEE (órgão federal substituído pela Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL).

Em 1997, foram expedidas as autorizações federais (da ANEEL, ANAEletrobras e outras) e estadual (Estado de Rondônia).

Em 1998, dada sua complexidade, importância e magnitude o Projeto Madeira foi incorporado pela ANEEL e passou a receber a denominação de Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira, mantendo ainda sua concepção original de integrante da hidrovia bi-nacional e da qual só foi destacado em 2007, por ocasião da separação ordenada pelo CNPE, que restringiu sua concessão só para as hidrelétricas.

O projeto do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira é composto por duas usinas de grande porte: Usina Hidrelétrica de Jirau (3 750 MW) e Usina Hidrelétrica de Santo Antônio (3 568 MW). Por ser uma região de pouca exploração do potencial hidrelétrico, por encontrar-se numa planície quase ao nível do mar, torna-se, sem dúvidas, uma das melhores opções para a ampliação de geração.

A importância destas usinas está assinalada nos estudos da EPE, mostram que por volta de 2010/12, o país estará sob risco de escassez de eletricidade. O equilíbrio termodinâmico será então garantido, com as obras das usinas de Jirau e Santo Antônio no Madeira onde a entropia finalmente virá estabelecida em toda a sua plenitude.

O leilão da Usina de Santo Antônio já foi realizado e o consórcio de empresas que a construirá já se estabeleceu, de fato (trata-se do consórcio Madeiras Energias S/A – MESA, composto das seguintes empresas, com suas respectivas cotas de participação na construção e exploração da obra: FURNAS (39%), Odebrecht Investimentos (17,6%), Andrade Gutierrez Participações (12,4%), Cemig (10%), Construtora Norberto Odebrecht (1%) e Fundo de Investimentos e Participações Amazônia Energia (20%).

A hidrovia do Madeira é uma das mais importantes vias de transporte localizadas no chamado Corredor Logístico Norte. É, também, a segunda hidrovia mais importante do Norte, atrás apenas da hidrovia do Amazonas, da qual é um dos principais afluentes da margem direita.

Entre suas características está o fato de ser o principal meio de escoamento da produção de grãos, como soja, milho e açúcar proveniente das plantações de Mato Grosso. Esses grãos chegam ao porto de Porto Velho (RO), depois de um percurso de 800 km pela BR-364.

Na hidrovia são realizados os deslocamentos de passageiros e o transporte de carga que tem como destino os grandes centros da região Centro-Oeste. A hidrovia permite a navegação de grandes comboios, com até 18 mil toneladas, mesmo durante a estiagem.

A largura varia entre 440 metros e 9.900 metros e a profundidade oscila de acordo com as estações seca e chuvosa e pode chegar a 13 metros.

Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT, a hidrovia do Madeira apresenta extensão navegável de 1.060 km, entre Porto Velho (RO) e a sua foz em Itacoatiara (AM). Destes, aproximadamente 180 km estão dentro dos limites de Rondônia e 876 km no Estado do Amazonas.

O ciclo das águas da hidrovia do Madeira é bem definido, com enchentes entre fevereiro e maio, e vazante, entre julho e novembro, escoando uma vazão média de aproximadamente 22.000 m³/s.

Durante o período de cheias, o rio Madeira sofre influência do rio Amazonas, ocasionando em grandes áreas de inundação e elevadas profundidades, alagando os pedrais e praias que afloram nas vazantes nos trechos mais a jusante do rio. No período seco afloram obstáculos, tais como bancos de areia, pedrais e corredeiras em muitos trechos da extensão do rio, que apesar de não interromperem a navegação, aumentam o tempo de viagem e os riscos para a navegação.

Principais cidades banhadas pelas águas do Rio Madeira: Porto Velho, no Estado de Rondônia e; Humaitá, Manicoré, Novo Aripuanã, Borba e Nova Olinda no Norte, no Estado do Amazonas.

Sua foz encontra-se no Município de Nova Olinda do Norte com o Rio Amazonas, em frente aos Municípios de Itacoatiara e Autazes.

Fonte: Wikipédia; Google

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