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HISTÓRIAS E LENDAS AMAZÔNICAS: VOZES DO AMAZONAS QUE DEIXARAM SAUDADE

by Gilmar Couto

Paulo Almeida Filho – Servidor Público Federal Aposentado. Mestre Instalado e Grau 32 dos Corpos Filosóficos da Grande Loja Maçônica do Amazonas.

No Amazonas, tivemos a oportunidade de apreciar magnificamente, vozes no Teatro Amazonas, Praças Públicas, Clubes, Rádio e Televisão, que nos entorpeceram de alegria ao escutar as melodias. Não tenho a pretensão de dizer que esta ou aquela voz é mais bonita do que esta ou aquela.

A homenagem que oferecemos, deve ser incluída as suas simpatias pelo cantor ou cantora.

Gênero musical diversificado e se alguma voz de sua preferência musical, não está aqui contemplada, perdoe-nos.

* José Abílio de Moura Farias, nascido em Itacoatiara, 23 de fevereiro de 1947, mais conhecido pelo nome artístico Abílio Farias, foi um cantor e compositor brasileiro do estilo brega-romântico. Com mais de 50 anos de carreira, iniciou na década de 1960, cantando em bares e rádios de Manaus.

Nos anos 70, participou do quadro “cantor mascarado” no programa do Chacrinha e ficou conhecido nacionalmente com os sucessos “Cabeça Oca”, “Ciganinha Feiticeira”, “Coração Indeciso” e “Mulher Difícil, Homem Gosta”. No período de 1960 até 2013, usava os instrumentos de violão, teclado e guitarra.

Trabalhou nas seguintes gravadoras: Tapecar em 1977; Som Livre em 1979: Acorde em 1981; Chantecler em 1984; Tropical em 1988; Performance em 1993 e EMI em 1999.

Abílio Farias morreu em 14 de junho de 2013, aos 66 anos de idade, vitima de complicações cardíacas no Hospital do Coração em Manaus.         

* Klinger Araújo, popularmente conhecido como “Furacão do Boi”, era natural de Parintins, mas vivia há anos em Manaus, onde realizava diversos trabalhos como levantador de toadas do boi-bumbá Caprichoso.  Ele é lembrado como um dos maiores ícones do boi-bumbá no Estado.

Sua trajetória artística começou em 1986, quando ele atuava como radialista em Parintins. Alguns anos depois, foi DJ e locutor dos noticiários da emissora local.

A ascensão do cantor como levantador de toadas aconteceu em 1990, quando ele se apresentou pela primeira vez com o Boi-Bumbá Garantido. Anos depois, Klinger foi convidado para cantar no Boi-Bumbá Caprichoso, onde se firmou nas raízes folclóricas do “boi azulado”.

Artista nato, Klinger sempre gostou da cultura do boi-bumbá. Quando criança, ele mesmo organizava festivais mirins e brincava de boi com seus amigos na rua onde morava em Parintins.

Há 27 anos, o artista trocou sua cidade natal por Manaus, onde realiza diversos trabalhos como levantador de toadas do boi-bumbá Caprichoso e em eventos locais e estaduais, sempre se apresentando com sua banda e dançarinos. Com sete CDs gravados ao longo de 30 anos de carreira.

Alguns anos depois, foi DJ e locutor dos noticiários da emissora local. Já na capital manauara, Klinger teve passagens pelas rádios Tropical (Rádio Cidade), Amazonas FM, Ajuricaba, Difusora do Amazonas, FM do Povo e Novidade FM. Klinger também trabalhou em rádios locais do Pará e do Ceará.

Seu sucesso foi tão grande que em 1996, o artista foi convidado por um grupo de empresários para divulgar a cultura do boi-bumbá pelo Brasil. As cidades de São Paulo e Rio de Janeiro foram seu destino, onde participou de vários programas como: Planeta Xuxa, Ana Maria Braga, Faustão, Ratinho, entre outros.

Seu trabalho atravessou as fronteiras do país, com turnê internacional em Las Vegas, Dallas, New Orleans, New York, entre outros países.

Morreu, aos 51 anos, na manhã da terça-feira (29/09/2020), em Manaus.  Ficou internado com COVID-19 desde o dia 13 deste mês, em uma unidade de saúde privada, mas não resistiu as complicações da doença.

* Arlindo Pedro da Silva Júnior, nascido em Manaus, em 20 de maio de 1968, mais conhecido como Arlindo Júnior, foi cantor, levantador de toadas e político brasileiro. Tornou-se um dos principais nomes do Festival Folclórico de Parintins, onde defendia as cores do Boi Caprichoso.

Em mais de 30 anos de carreira, Arlindo Júnior fez história no Boi Caprichoso e na música amazonense. O cantor e ex-entoador Arlindo Júnior deixou um legado para o Festival Folclórico de Parintins e para a música amazonense. Era casado com Francilene Dourado da Silva e pai de cinco filhos.

O artista nasceu e cresceu no bairro da Cachoeirinha, na área que hoje é conhecida como Prosamim. Aos 18 anos, Arlindo Júnior iniciou a vida artística nas noites de Manaus, e, logo em seguida, em Parintins, foi convidado para ser Levantador de Toadas do Boi Bumbá Caprichoso, onde iniciou sua história como o ‘pop’ da selva fazendo sucesso no Brasil e no mundo.

Na carreira solo, o cantor lançou 13 discos. O primeiro álbum, Brincando de Boi, de 1993, trata-se de uma verdadeira homenagem ao Boi Caprichoso. Desde então, Arlindo fez uma carreira dedicada ao bumbá azul e preto.

Em Saga de um Canoeiro, de 1994, o cantor exalta a cultura amazonense ao abordar lendas amazônicas e, é claro, o famoso “Dois Pra lá e Dois Pra cá”.

O CD Pássaro Sonhador, de 1996, é um dos maiores sucessos do cantor, que reúne grandes clássicos de toadas de Parintins. Além de Pássaro Sonhador, título da gravação, o álbum também conta com as canções ‘’Vale do Javari’’, ‘’Índio’’,  ‘’Kananciuê’’, ‘’Fogo, Lagarta de Fogo’’, ‘’Canto da Mata’’, ‘’No Compasso da Emoção’’, ‘’Canto do Uirapuru’’, ‘’Rios de Promessa’’ e ‘’Templo de Monan’’.

Além dos discos de estúdio, Arlindo demonstrou a capacidade vocal e emoção em seis discos ao vivo, sendo alguns deles gravados no Teatro Amazonas e no anfiteatro da Ponta Negra, na Zona Oeste de Manaus. A Cultura do Norte em luto: cantor Arlindo Junior morre aos 51 anos, falecido em 29 de dezembro de 2019, estava internado na clínica da Samel, em Manaus.

* Roberto Makassa, nascido em Garanhuns, no Agreste pernambucano, ganhou projeção na década de 80, quando participou de alguns dos principais programas de calouros da época, incluindo o Clube do Bolinha, na TV Bandeirantes.

“Amazonense de Coração”, Makassa firmou moradia em Manaus no final dos anos 80. Sua última apresentação foi a realização de um sonho antigo: ele sempre quis cantar no Teatro Amazonas e conseguiu em setembro de 2012. O show no Teatro foi registrado e lançado em DVD no primeiro semestre de 2013. 

A última aparição pública do cantor aconteceu em setembro de 2012, quando foi homenageado no Parque do Idoso, Zona Centro-Sul de Manaus. De acordo com o site oficial do artista, conhecido popularmente como o “Ídolo da Noite”, o sucesso de suas composições  “Linda é Você” e “Olhar de criança”, de seu primeiro compacto, lançado em 1983, o levou a fazer turnê não só no Brasil, mas também em países sul-americanos, como a Argentina, Venezuela, Colômbia e Paraguai.

Em 1985, se apresentou na Europa e no Japão, com o hit “Estela”. Makassa firmou moradia em Manaus no final dos anos 80.  Em 1991, trouxe a família para viver na cidade.

Ganhou projeção nacional após participar da ‘Caravana do Bolinha’, programa que fazia parte da programação da TV Bandeirantes. Como calouro, passou também sob o crivo de apresentadores como Raul Gil e Sílvio Santos. Fez apresentações em toda a América do Sul, além de turnês pela Europa, incluindo Itália, Portugal e França. Seus shows misturavam lambada, bolero e brega, tudo com uma pegada bem dançante. Gravou diversos CDs, com composições e arranjos próprios.

Morreu aos 58 anos, estava cego e tinha diabetes, lutava contra um câncer de próstata há dois anos. Na última semana, o cantor se encontrava internado na emergência da Fundação Centro de Controle de Oncologia (CECON).  Makassa teve hemorragia e respirava com o auxílio de aparelhos. Depois disso, ele teve alta e como estava com um quadro irreversível, ficou com a família, em casa, onde piorou e teve que ser levado ao CECON novamente.

* Mustafa Said, de origem turca e era artista nato, com sangue na veia artística. Era uma expressão única.

Conseguiu ser e ganhar uma identidade musical no Norte, criou uma marca como cantor de bolero romântico. O primeiro CD dele, ‘Preconceito’, é lembrado até hoje”.

O cantor amazonense Mustafa Said, conhecido como o “rei do bolero”, faleceu aos 48 anos no município de Pauiní, terra natal do cantor, localizada a 924 km de Manaus. Teve um infarto fulminante enquanto dormia na casa de familiares, as informações foram confirmadas pelo primo e produtor musical do artista, Edson do Valle.

Mustafinha, como era chamado pelos amigos e fãs, ficou famoso por se apresentar em bares, balneários e clubes da capital amazonense. A carreira de Mustafa teve grandes momentos, um deles era a amizade com a cantora Roberta Miranda, que, segundo Edson, chamava o amazonense de “meu filho”.

* Aníbal Augusto Ferro de Madureira Beça Neto, nasceu em Manaus – AM, em 13 de setembro de 1946. Poeta, Compositor, Cantor, Jornalista e Dramaturgo.

Iniciou a carreira jornalística no Diário da Tarde, em 1962 e, posteriormente, atuou em outros veículos de comunicação. Em 1966, publica seu primeiro livro de poesia, Convite Frugal e dois anos depois venceu o 1º. Festival da Canção do Amazonas com a música: Trota-Mundo.

Tornou-se Presidente da União Brasileira dos Escritores – UBE, seção Amazonas, em 1970. Trabalhou, de 1982 a 1988, na TVE do Amazonas.

Em 2001, depois de vencer inúmeros festivais de música popular, lança seu primeiro CD: Aníbal Beça – O Poeta Solta a Voz. Sua obra literária caracterizava-se pela musicalidade e pelo uso de estruturas de composição diversificadas, dialogando com a produção de compositor popular.

Tem poemas publicados em diversos periódicos do Brasil e do exterior. Estudou em Manaus e em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul.

Desde jovem colaborava com diversos suplementos literários de Manaus. Aníbal trabalhou como repórter, redator e editor, em todos os jornais de Manaus e foi diretor de produção da TV Cultura do Amazonas.

Foi membro da Academia Amazonense de Letras. Aníbal Beça atuou por mais de 45 anos na música popular brasileira e venceu muitos festivais de MPB em todo o Brasil.

Em 1994, recebeu o Prêmio Nacional Nestlé, em sua sexta versão, com o livro ‘’Suíte’’ para os Habitantes da Noite, concorrendo com 7.038 livros de todo o Brasil.

Ao lado de seus afazeres literários e musicais, destacou-se também em prol da causa da integração cultural latino-americana, seja traduzindo escritores de países vizinhos ou participando e organizando festivais e encontros de poesia. Representou o Brasil no IX Festival Internacional de Poesia de Medellín, no III Encontro Ulrika de escritores em Bogotá e no VI Encuentro Internacional de Escritores de Monterrey.

Faleceu em Manaus, Amazonas, no dia 25 de agosto de 2009.

* José Maria Nunes Corrêa, natural da comunidade de Imperatriz, em Carauari, ficou conhecido no meio artitico nacionalmente e internacionalmente como ZEZINHO CORREA, após o sucesso da música “Tic Tic Tac”, na década de 1990, quando liderava a banda Carrapicho.

Antes de se dedicar à carreira de cantor, Zezinho também fez curso de formação de atores, no Rio de Janeiro e estudou interpretação e dança.  Como ator, Zezinho Corrêa fez parte do Grupo de Teatro Experimental do Sesc. Também investiu em carreira solo, produzindo projetos musicais. Entre os destaques estão a sua participação no musical “Boi de Pano”, durante o Festival Amazonas de Ópera de 2000; a gravação do seu CD solo nem 2001, no Teatro Amazonas e; a participação no musical de Natal “Ceci e a Estrela”, em 2017.

Na década de 90, após o ‘Tic Tic Tac’ estourar na Europa, Zezinho Correa fez muito sucesso no Brasil. Músicos e dançarinos participaram dos principais programas de auditório no Brasil. Em 19 de março de 2017, ele esteve com o grupo no quadro DING DONG do Domingão do Faustão.

O cantor Zezinho Corrêa, que morreu no sábado, 06 de fevereiro de 2021,  em decorrência de complicações da COVID-19, ganhou uma biografia antes de adoecer.

Em entrevista ao G1, o jornalista Fabricio Nunes, o autor da biografia de Zezinho Corrêa: “Eu quero é Tic Tic Tac”, disse que falar sobre a vida do cantor, da infância até o auge do sucesso nos palcos europeus, não foi difícil, já que o amigo sempre foi alegre, talentoso e profissional. – “Trabalhar com o Zezinho era sempre sinônimo de diversão, de alegria. Ele era muito carismático, um dos fenômenos da nossa música. Eu sempre digo que ele é um dos principais embaixadores do Estado, porque ele conseguiu levar a nossa música para o mundo”, disse.

Em dezembro do ano passado, Zezinho havia manifestado o desejado de retomar a banda.

Deixo aqui minhas homenagens de saudade aos não citados.

Fonte: Google, Wikipedia, GLOMAM, YouTube.

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