Início » JUNGLE MARATHON NO AMAZONAS EM 2003

JUNGLE MARATHON NO AMAZONAS EM 2003

by Gilmar Couto

Em 2003, entre os dias 16 e 24 de dezembro, foi realizada no Amazonas a 1ª. Edição do JUNGLE MARATHON, no Município de RIO PRETO DA EVA. Criação de STEVEN WALSH e o Produção Executiva de LUIZ LOBO.

Rio Preto da Eva tem característica geográfica interessante: saindo da sede em direção a Itacoatiara há uma curva longa e o rio preto faz uma longa curva na direção contrária. Assim, a área foi demarcada pelos limites da Rodovia AM010 e o rio preto. Um trajeto de 250 km, demarcados pelo Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), a serem percorridos em 7 dias.

A largada ocorreu em um ponto distante e a chegada foi na sede do Município. Para chegarmos ao ponto de largada, uma viagem pelo rio preto até as barracas (tapiris), montadas pelos soldados e os banheiros químicos.

Na noite que antecedeu a largada foi impossível usar os banheiros, em virtude do grande contingente. Uma noite de fugas à selva ou ao rio para as “necessidades fisiológicas”.

Eram dezenas de atletas de vários países, do Brasil apenas o guia. Até hoje ele está no Município, tomando conta dos carros estacionados no café da Priscila.

Éramos profissionais da REDE AMAZÔNICA responsáveis pela cobertura jornalística: Daniela Assayag, Orlando Júnior, Denilson Novo, Charles Alberto, Sisley Monteiro e outros que nominarei em outro artigo.

Quem conhece a Amazônia, sabe o que é usar celular na selva. A Daniela teve que subir em uma árvore para conseguir sinal e ligar para Manaus. Até hoje não sei se conseguiu.

Minha missão era fazer boletins diários que foram exibidos nos telejornais. Durante o dia acompanhava a corrida e no fim da tarde, entregava a fita (pré-editada ali mesmo) ao barqueiro, que de voadeira pelo rio preto a levava à sede do Município e a fita era levada de carro até a TV AM: um trabalho estafante, mas fundamental!

No primeiro dia, dois corredores da Argélia chegaram a frente de todos, porém, cansados e vomitando muito. Em conversa comigo um deles destacou: – Já atravessei o deserto do Saara e fui campeão duas vezes e nunca senti isso. O que está acontecendo comigo?

O levei à tenda do médico do CIGS e refiz a pergunta. Resposta: – Aqui, diferente do Saara, a umidade relativa do ar é distinta e além de liquido, perde-se sais minerais. A água tem que ter um pouco de sal, para hidratar o organismo (lições Amazônicas).

O argelino foi campeão com larga vantagem. Muitos desistiram por não suportar a Selva Amazônica: um trajeto rústico e complicado.

Em relação a imprensa destacarei uma História: minha equipe, acompanhada com guia se deslocava por atalhos e, escondida dos competidores fazia belas imagens. Com apoio do guia resolvi mudar de lugar, porém, o cinegrafista se distraiu e ficou fazendo imagens.

Andamos uns metros e verificamos que ele não nos acompanhou. Quando voltamos, ele não estava mais lá. O procuramos por muito tempo e não o localizamos; o rádio não funcionou, voltamos ao ponto de encontro e demos o alerta para localizá-lo.

No fim da tarde ele chegou ao ponto de encontro, em estado de choque, mas agarrado com a câmera. Quando relaxou contou que: focou em um Atleta que pisou na areia movediça; ele continuou filmando; ao perceber que estava só, levantou, saiu correndo, tropeçou, caiu em uma ribanceira e ficou perdido.

Por sorte, depois de muito andar, achou uma trilha marcada e caminhou para o lado certo.

É bom destacar para quem não sabe: Rio Preto da Eva é conhecida como uma cidade com grande número de onças. Pois todo animal recuperado no CIGS é liberado na região.

Assim, é compreensível, o receio e o estado de choque do jovem cinegrafista.

Tem mais Histórias, mas ficará para outro artigo.

Por hoje é só! Semana que vem tem mais! Fuuuiiiiii!

You may also like

Leave a Comment

Fale pelo WhatsApp

Envie um E-mail

© 2022. Portal Olá! Salve Salve!