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O CACHORRO VOADOR

by Gilmar Couto

Estevão Monteiro de Paula  – PhD em Engenharia. Professor Titular da Escola Superior de Tecnologia da Universidade do Estado do Amazonas.

Era uma tarde terrível, daquelas calorentas de Manaus.

Saí do trabalho para resolver um problema próximo ao centro da cidade.

O tráfego era intenso e ao fazer uma curva encontrei o trânsito totalmente parado.

Resoluto, resolvi aguardar com calma aquela confusão de carros. Como de praxe e por questão de segurança decidi observar o que estava em minha volta.

Na minha frente, no lado esquerdo, uma loja de três andares com aspecto de que ainda estava em construção.

O primeiro andar da casa, parecia ser uma loja de ferragem. No segundo, não deu para definir o que era. Enquanto que no terceiro andar havia uma laje inacabada.

No topo da laje, havia um cachorro observando atento a calçada do outro lado da rua. O animal estava excitado, frenético e latindo, como se estivesse sedento por alguma coisa.

A curiosidade era grande. Não foi difícil olhar através dos carros e ver a calçada do outro lado da casa em que estava o cachorro.

Daí, vi que na esquina da rua, na calçada do outro lado, havia uma bela cadela, “charmosa” e, provavelmente, exalando feromônios. Ela parecia indiferente aos latidos do pobre animal no topo da laje.

Estranho o comportamento dela, com os traços extremamente “femininos”, se comportava como se fosse humano. Como se tivesse que escolher qual a direção deveria tomar.

De repente, a cadela, com “feminilidade e altivez”, como se dona do pedaço fosse, começou a caminhar na calçada em direção a outra esquina.

O caminho passava, exatamente, na frente da casa de três andares. O cachorro, cada vez mais excitado, acompanhava com o olhar a bela cadela. E começou a deslocar-se também sobre a laje, no mesmo sentido em que ela caminhava.

A bela e cintilante cadela, ao longo de todo o percurso, sequer deu uma olhada para o pobre e alucinado cachorro no topo da laje.

De repente, a cadela vira a esquina, distanciando-se do cachorro, que aos poucos, no topo da laje, foi perdendo a visão da cadela.

Subitamente, um imprevisto! Em um gesto de desespero, talvez na tentativa de “conquistar” a bela cadela, o cachorro se jogou da laje: a mais ou menos, uns 9 metros de altura do chão, como se fosse voar.

O infeliz esqueceu que não voava e se espatifou no chão. Por sorte, foi prontamente atendido pelo seu dono e pelo jeito, quebrou somente uma pata.

Consternado e compartilhando a dor daquele cachorro infeliz, comecei a imaginar: quantos seres humanos machos quebram a perna, a cara, a carteira pelas fêmeas?

Assim é a natureza, fomos destinados biologicamente para preservar a espécie. Enquanto as mulheres, foram preparadas para escolher os genes que preferem para o ambiente em que vivem.

É pena, que poucas entendem essa nossa predisposição biológica. E assim, quebramos a perna!

Foto Divulgação: Internet

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