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QUANTAS SAUDADE DE TOMAR UM “PORRE” DE FELICIDADE NO CARNAVAL

by Gilmar Couto

Professor Ricardo Tadeu da Silva Onety

Olá leitores!

Umas das festas populares mais esperada é o carnaval!

Este movimento cultural chegou ao Brasil com os colonizadores europeus por volta dos séculos XVI, XVII e conquistou a sociedade “tupiniquim”. Tornando-se uma das identidades culturais brasileira mais reconhecida em todo o mundo.

Sua ginga, suas cores, seus tambores e sua alegria, contagia os brasileiros e, principalmente, os turistas que por aqui chegam às centenas para celebrar as folias de momo.

As cidades mais procuradas por estrangeiros, segundo pesquisa feita por um site buscador de viagem são: Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife, Fortaleza, Maceió, Porto Seguro e Florianópolis.

As famílias se juntam e preparam-se para este grande encontro. Uma festa cultural incrível que arrasta multidões, contribuindo para uma cadeia econômica capaz de ampliar a geração de emprego e renda, injetando bilhões de reais na economia brasileira.

No carnaval no Estado do Rio de Janeiro, a prefeitura espera que a movimentação econômica chegue a R$ 4,5 bilhões. A festa volta com força total e deve movimentar cerca de 46 milhões de pessoas, segundo levantamento do Ministério do Turismo.

Hoje convido os amigos leitores para uma imersão nostálgica nas músicas que embalaram os carnavais de outrora, de nossos pais e da nossa geração. Que belas marchinhas eram cantaroladas!

Os hits baianos e os sambas enredos inesquecíveis, com letra e música de qualidade, me dão saudades e lembranças ricas em afeto e alegria. Construir um enredo é mergulhar em profunda pesquisa antropológica sobre a construção da identidade cultural brasileira!

Na minha visão, estes ritmos e canções podiam ser tocados nas rádios e televisões sem julgamento moral (não tínhamos essa vigilância tóxica das redes sociais). Com doses de humor e pitadas de sarcasmos, nos permitiam extravasar e brincar sem freios: lógico que sem exageros!

E na visão de vocês? (deixem suas opiniões em meu Instagram – onetyricardotadeu).

As marchinhas e os sambas que tocavam nos salões de vários clubes como: Bancrevea, Bosque, Nacional, Olímpico, Ideal clube e, principalmente, do meu querido Rio Negro, eram belíssimas e cheias de poesia.

A banda dos “Aristocratas” que se apresentavam no mezanino do salão dos espelhos, no “baile de segunda-feira gorda” (smoking para os homens e fantasiais para as mulheres, eram trajes obrigatórios desta festa), desciam, cruzavam o salão dos espelhos em direção a Avenida Eduardo Ribeiro, juntamente com os foliões até o coreto da Praça da Polícia.

Uma espécie de micareta. A elegância dos trajes já não eram os mesmos, mais a alegria e a saudade do carnaval que se foi, são enormes!

Começo com essa marchinha cantada pelos meus pais: “Eu vou pra maracangalha, eu vou! Eu vou de liforme branco, eu vou! Eu vou de chapéu de palha, eu vou! Eu vou convidar Anália, eu vou! Se Anália não quiser ir eu vou só! Eu vou só! Esta música de Dorival Caymmi é de 1954.

João Gilberto o descreveu: “Compositor das canções perfeitas, criador de obras-primas ou gênio da raça?” Ninguém exaltou a Bahia como ele.

Como esquecer de Allah-laô? “Allah-la-ô, ô-õ-ô, ô-ô-ô… Mas que calor, ô-õ-ô. Atravessamos o deserto de Saara, o Sol estava quente e queimou a nossa cara. Allah-la-ô, ô-õ-ô, ô-ô-ô… Viemos do Egito e muitas vezes nós tivemos que rezar. Alá, Alá, Alá, meu bom Alá. Mande água pra Ioiô, mande água pra Iaiá, Alá meu bom Alá. Marchinha composta em 1940 e refeita para o carnaval de 1941, uma parceria de Haroldo Lobo e Antônio Nássara, além dos arranjos do mestre Pixinguinha.

Braguinha, compôs: “Touradas em Madri”, conta que apesar do Brasil perder a Copa do Mundo em 1950, ele sem entrar em campo sentiu-se campeão!

Sentado como torcedor na arquibancada do Maraca, de repente ouviu um coro de mais de 100 mil torcedores cantando: “Eu fui às touradas em Madri…Para ti bum, bum bum e quase não volto mais aqui, para ver Peri beijar Ceci. Para ti bum, bum, bum. Eu conheci uma espanhola natural da Catalunha; Queria que eu tocasse castanhola e pegasse touro à unha. Caramba! Caracoles! Sou do samba, não me amoles. Pro Brasil eu vou fugir! Isto é conversa mole para boi dormir! Para ti bum, bum, bum Para ti bum, bum, bum.

A última marchinha dentre tantas outras (Máscara negra; Aurora; Turma do Funil), era e é a cara do carnaval. Era cantarolada assim: “Você pensa que cachaça é água? Cachaça não é água, não. Cachaça vem do alambique e água vem do ribeirão. Pode me faltar tudo na vida, arroz, feijão e pão. Pode me faltar manteiga e tudo mais não faz falta, não. Pode me faltar o amor, disso até acho graça. Só não quero que me falte a danada da cachaça!

Esta música segundo seus herdeiros, só foi gravada muito tempo depois em 1946, pelo compositor e boêmio Marinósio Trigueiro, baiano, natural de Salvador. Anotou a letra no guardanapo de papel em algum botequim.

Os grupos musicais baianos da década de 90, eram especiais, mágicos! Uma das minha preferidas era cantado por Netinho, Milla: “Ô Milla, Mil e uma noites de amor com você. Na praia, num barco, num farol apagado. Num moinho abandonado, em Mar Grande, alto astral. Lá em Hollywood, pra de tudo rolar vendo estrelas caindo, vendo a noite passar. Eu e você na Ilha do Sol…E tudo começou, há um tempo atrás, na Ilha do Sol. Destino te mandou de volta, para o meu cais, yeah.

Dentre tantos grupos baianos, Terra Samba, Daniela Mercury, o Araketu fez muita gente “cantar e pular na pipoca”.

Não dá para esconder o que eu sinto por você Ara. Não dá, não dá, não dá. Só sei que o corpo estremece, as pernas desobedecem, inconscientemente, a gente dança, as mãozinhas então embalançam. Quando passa eu vou atrás. Só sei que o Araketu é bom demais. Ê ô Ê a ê a ô….

Apaixonado sou pela Mangueira de Cartola, D. Zica, Beth Carvalho e sua Velha Guarda. O cantor, intérprete, o gênio Jamelão, me embalou na folia por muitos carnavais. A música Exaltação à Mangueira, coube a ele esta obra-prima lançada em 1955: “Mangueira teu cenário é uma beleza, que a natureza criou. O morro com seus barracões de Zinco, quando amanhece que esplendor. Todo mundo de conhece ao longe, pelo som de teus tamborins e o rufar de teu tambor. Chegou ô-ô-ô, a Mangueira Chegou ô-ô.

São tantos sambas enredos maravilhosos, como esquecer o Bum Bum Paticumbum Prugurundum do Império Serrano em 1982; O samba que levantou todo o sambódromo e cantou junto com a escola Imperatriz Leopoldinense com a poesia: Liberdade, Liberdade, abre as asas sobre nós; Sonhar não custa nada, ou quase nada, da escola Mocidade de Padre Miguel; O belíssimo desfile da União da Ilha do Governador com o samba: “É Hoje! A minha alegria atravessou o mar e ancorou na passarela, fez um desembarque fascinante no maior show da terra. Será que eu serei o dono desta festa um rei, no meio de uma gente tão modesta. Eu vim descendo a serra cheio de euforia para desfilar, o mundo inteiro espera. Hoje é dia do riso chorar”.

Eu sou apaixonado pelos sambas enredos antigos!

Acredito que estou distante do cotidiano e gosto musical dos brasileiros neste carnaval, mas as músicas que prometem ser as mais tocadas no carnaval 2023, possuem fraquíssima melodia e rimas pobres (ou talvez eu seja um cringe?): Ai Papai – Anitta; Bombozinho – Israel e Rodolfo; Deixa Eu botar meu Boneco – Oh polêmico e outras.

Algumas letras chamadas de “proibidonas”, fazem parte do carnaval e algumas não podem ser tocadas nas rádios, mas devem cair no gosto do público. Adicione à sua playlist se quiser!

Então, aproveite o carnaval e viva a vida com intensidade.

Cante, cante forte e alto belas canções. Pois a minha, a sua, a nossa alegria deve atravessar o mar!

Quem dera, que a vida fosse assim. Sonhar, Sorrir, Cantar, Sambar e nunca mais ter fim.

E não esqueça de tomar “porres” de felicidade!

Imagem: Internet

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