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VIOLÊNCIA QUE ROLA NA ESCOLA!

by Gilmar Couto

Professor Ricardo Tadeu da Silva Onety

A sensação de insegurança e a violência no cotidiano escolar é um dos maiores medos que a sociedade brasileira enfrenta.

Há muito tempo, colaboradores, pais, alunos e, principalmente, os professores, convivem com esse sentimento na escola.

Quem será a próxima vítima?

A Constituição Federal (CF), traz em seu artigo 144: “A segurança pública é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos. É exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, sob a égide dos valores da cidadania e dos direitos humanos, através dos órgãos instituídos pela União e pelos Estados”.

Recentemente, o Brasil acordou novamente com sangue nas escolas!

Acredito sem hesitar, que esses acontecimentos reverberados pela sociedade e mídias sociais, em breve cairão no esquecimento e, sumirão dos conteúdos mais pesquisados (Quantos estudantes baleados nas escolas cariocas? Quantas famílias desamparadas?).

Será que estamos perdendo a sensibilidade e nos acomodamos?

Nenhuma novidade para quem está atento e acompanha a violência que rola nas unidades de ensino no Brasil. Nestes primeiros meses do ano letivo 2023, somados aos ataques de 2022, superaram os registrados nos últimos 20 anos (Michelle Prado, Universidade de São Paulo – USP).

Sabemos que essa violência na escola é reflexo da vida social. Em grande maioria, uma reprodução do que acontece em seu habitat (casa, bairro e cidade).

Neste ambiente, há vários cenários e atores. Qualquer membro da comunidade escolar (colaboradores, alunos, pais, professores e entorno da escola), podem repentinamente variar, de vítimas, a possíveis agressores.

Segundo dados divulgados em 2019, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil está entre os índices mais altos do mundo no quesito: “Violência contra o professor”. Semanalmente, 10 % das escolas brasileiras registram episódios de intimidação ou abuso verbal contra educadores, ao passo que a média internacional é de 3%.

Virou profissão de risco?

Ao passar em frente de um colégio, vi dois colaboradores com detectores de metal, semelhantes aos usados em revista nos presídios.

Não é esquisito?

Não acredito que segurança armada ou qualquer tentativa sem uma profunda pesquisa e discussão irá resolver o problema. É algo complexo!

Escolas possuem características próprias e problemas diferentes! Precisamos de políticas públicas eficientes: “Elaboradas, implementadas e acompanhadas com inteligência, flexibilidade e rigidez”.

Um dos atores principais precisa ser ouvido com urgência: o aluno adolescente.

Enquanto escrevia estas breves linhas, vi alguns alunos em um shopping center, era por volta de 12:30 e não poderia deixar passar esta oportunidade. Abordei-os se poderiam bater um papo sobre este assunto tão comentado: a violência escolar, prontamente aceitaram!

Os dois adolescentes mal conseguiam falar, acredito com timidez ou medo. Talvez nunca foram abordados de maneira direta e fora da escola.

Desconfiados e não muito a vontade, consegui algumas respostas, duas me chamaram atenção.

Perguntei o que achavam desta violência absurda na escola em 2023? Abordei também o que faziam na hora de lazer?
– Disseram que era normal e não tinham medo! (realidade em que vivem?); – Sei lá, não temos muito o que fazer! Ficamos na internet, mas gostaria de praticar esporte se pudesse.

Caros amigos, a fala destes adolescentes me remeteu a sala de aula no ensino superior há mais de 10 anos, quando ministrei a disciplina, “Educação física no ensino médio”.

Após contextualização, propus um trabalho simples: Em pequenos grupos, definidos por zonas e/ou bairros que residiam, fazer o seguinte levantamento: “Investiguem em seu bairro e descubram locais de cultura, esporte e lazer para os adolescentes”, dêem seus depoimentos e possíveis soluções. Foi um alvoroço!

Alguns resultados compartilho com vocês: – Os espaços de maior frequências são as igrejas com atividades sociais; alguns locais não podemos entrar, até para tirar fotos, tivemos que explicar o motivo; as áreas esportivas estão muito deterioradas e as que estão em boas condições, não tem um responsável para controlar, cuidar ou ensinar, são moradores voluntários (a maioria professores).

Percebi que muitos destes jovens estão à deriva, poucas perspectivas e entregue à própria sorte! Há pouco lazer nas horas livre (é um direito), deveriam ter a oportunidade de curtir o ócio criativo.

Não quero isentá-los pelos atos praticados, mas, não podemos esquecer que: A violência que rola na escola é responsabilidade de todos nós!

A intenção desta crônica é ampliar discussão desta temática, jamais reduzi-la.

Concluo com oportuna letra da banda, Charlie Brown Jr.: Não é sério!

Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem, não é sério…O Jovem no Brasil nunca é levado a sério, não é sério….Eu sempre quis falar nunca tive chance…E tudo que eu queria estava fora de meu alcance….Sim, já faz um tempo…Mas eu gosto de lembrar….Cada um, cada um, cada lugar um lugar… Eu sei como é difícil, eu sei como é difícil acreditar. Mas essa porra um dia vai mudar……..Se não mudar, para onde vou.

Violência na escola, até quando?

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